Maria Letícia Rocha e Ludmila Costalonga, filiadas ao Sindaema, representaram trabalhadores e trabalhadoras da Cesan durante o 34º Encontro Técnico no Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente e Fenasan 2023. Ambas foram premiadas durante a 1ª edição do Prêmio Melhores Trabalhos Técnicos, promovida pela Diretoria Técnica da AESabesp, com o artigo apresentado por Maria Letícia levando o 1º lugar, e o de Ludmila o 2º lugar.
“Ser premiado também é um sinal de que o nosso trabalho é útil para as outras organizações e pessoas que estão participando do evento. A gente tem procurado fazer bem o nosso papel. Somos dedicados, e queremos que o saneamento aconteça”, disse Maria Letícia.
“Foi uma grata surpresa o nosso trabalho ter ficado entre os finalistas do Prêmio Melhores Trabalhos Técnicos, considerando a magnitude do evento para o nosso setor. Foi gratificante ter participado de um projeto executado por tantas mãos e ter tido tal reconhecimento. Fica o sentimento de que estamos no caminho certo”, comentou Ludmila.
Ambos os projetos atenderam às temáticas de meio ambiente e saneamento ambiental, cumprindo com o caráter inovador das propostas e apresentando trabalhos que mostram a possibilidade de aplicação, assim como de resultados obtidos a partir de desafios vivenciados. E fazem parte dos três trabalhos selecionados para a premiação, dos oito que foram levados para avaliação oral, de um montante inicial superior a 300 projetos inscritos.
Peróxido de Hidrogênio
O trabalho apresentado por Maria Letícia tem como título “Aplicação de peróxido de hidrogênio como pré-oxidante em Sistemas de Tratamento de Água para minimização da formação de subprodutos halogenados”, e foi apresentando com resultados que apontavam a possibilidade de ser um recurso replicado em diferentes estações de tratamento de água pelo país.
Um trabalho, por sinal, desenvolvido e realizado por uma equipe inteira. “De muitas mãos: as minhas, as dos supervisores que acompanharam o processo e ajudaram a fazer a montagem dos sistemas com as contratadas, as mãos da área civil (ODTN) e de quem montou a estrutura para as bacias de contenção, as dos operadores de ETA, que fizeram tudo isso acontecer; e, também, do gestor André Lima, que incentivou a busca por outro oxidante e acompanhou o início das aplicações. Assim como a participação da equipe de manutenção eletromecânica e instrumentação foi muito importante para garantir um bom controle da dosagem do peróxido”, reforça Maria Letícia.
Esse trabalho apresentado pela Maria Letícia traz os resultados desse projeto desenvolvido por toda a equipe, o qual conseguiu encontrar um oxidante que pudesse substituir o uso do cloro nas estação de tratamento de água onde é necessário realizar a pré-oxidação, por conta do excesso de matéria orgânica que chega junto com essa água que será tratada. O objetivo era reduzir o uso do cloro, já presente no processo final do tratamento, e dessa forma também diminuir a geração de produtos organoclorados - mais comuns quando é usado o cloro também na pré-oxidação.
A escolha foi pelo peróxido de hidrogênio, também chamada de água oxigenada, mas bem mais concentrada do que a encontrada nas farmácias. “Fizemos um teste em bancada, aplicamos em escala real, verificamos a necessidade de controle e conseguimos fazer uma aplicação que tivesse um resultado positivo. A gente fez isso com a ETA Reis Magos, e já estamos aplicando em outras estações de tratamento de água que precisam fazer a pré-oxidação”, explica Maria Letícia.
E foi exatamente esse passo a passo, do desenvolvimento da ideia até a comprovação científica da descoberta, que foi apresentado no evento e que garantiu o primeiro lugar para Maria Letícia e toda equipe. “Tivemos o cuidado de mostrar tudo, principalmente que é possível usar o peróxido de hidrogênio como alternativa, sendo facilmente replicado em todo o país. Falamos das vantagens e dos resultados positivos de todo o processo. E fizemos questão, também, de reforçar o quanto ele é fácil de ser aplicado e o quanto os operadores de ETA são fundamentais para essa transformação. Até porque sem o operador de ETA nenhum estudo sai da bancada. Ele quem aplica, ele quem faz o controle”, pontua.
Educação Ambiental
Já o trabalho apresentado por Ludmilia, “Educação Ambiental em Saneamento: estratégias de atuação online em tempos de pandemia do Covid-19”, apresenta o relato de estratégias e ferramentas interativas digitais, desenvolvidas em parceria com a Coordenadoria de Comunicação Empresarial (P-CCE) no período da pandemia do Coronavírus (COVID-19). “São para realização de práticas e ações ambientais educativas e com o foco em saneamento, desenvolvidas através do projeto #CesanNaSuaCasa”, explica.
A proposta incluiu estabelecer uma programação lúdica, informativa e educativa, realizada em formato digital e totalmente aberta para o público de interesse, com atividades e materiais que pudessem ser facilmente acessados por professores, alunos, pais ou responsáveis, através das mídias sociais da Cesan, ou ainda serem compartilhados e disponibilizados nas plataformas digitais das instituições de ensino parceiras.
“Essa iniciativa, genuinamente simples e pioneira, fez uso da Educação Ambiental como instrumento transformador, estimulando a geração da consciência socioambiental do saneamento com o público-alvo”, pontua Ludmila. Que reforça ser parte de uma equipe que ainda incluem Josiane Aparecida Rossi Pereira Machado, Fernanda Ferreira Ribeiro, Jonas Renato Rosa Cabral e Vanuza Pratti Cristelo.
O Sindaema parabeniza as companheiras e todas as equipes envolvidas pela premiação. Tal reconhecimento comprova que o serviço público e a cesan são referências em conhecimento e tecnologia.
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